HISTORIA DA FAMILIA MONTROND

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HISTORIA DA FAMILIA MONTROND

 A Imagem de Armand Montrond na Ilha do Fogo

 

 Quem visitar Chã das Caldeiras, no cume da ilha do Fogo, ficará estupefacto, não só com a magnitude e deslumbrante da paisagem, como também com a população local. Esta é em grande parte constituída por loiros de olhos azuis que usam o apelido Montrond, forma aglutinada de MontRond.

A par do soberbo fenómeno que constitui a Chã, esse aspecto também deixa a todos intrigados. Qualquer visitante quer saber da origem dessa gente.

São descendentes, em grande maioria da terceira e quarta gerações, de Armand MontRond, um conde francês, que viveu no Fogo durante os finais do século XIX e princípios do século XX.

É precisamente a imagem que Armand MontRond deixou no Fogo, o tema desta dissertação.

 

Armand MontRond deixou no Fogo marcas e questões em volta da sua vida.

Crê-se que por volta de 1860, com cerca de 24 anos, vivia em Lion, França. E como mandava a tradição monárquica francesa no século XIX, a sua família tinha um castelo no campo e casa na cidade. Vivia naturalmente assim com a sua família e sua irmã Catherine de quem gostava muito. Acredita-se também que era estudante de medicina. Vê-se então, que foi um homem rico, inteligente e de boa família.

 

Com tudo isso o que o teria feito deixar a Franca para vir fixar-se no Fogo?

As especulações são muitas e de todos os imaginarios, desde politicos, judiciais, românticos e  profissionais, de tudo para se compreender a razao da sua saida da Franca ate chegar a ilha do Fogo, onde se vai instalar na zona norte da ilha, nomeadamente entre Baluarte a Achada Maurício, zona meio ermo, de acesso difícil por caminhos pedregosos e entre montanhas. Mas também muito fértil e muito verde.

Por exemplo, na sua viagem da Franca para Brasil, chegou ao Fogo para abastecer-se, tendo entretanto, apaixonado por uma linda mulata resolvendo então ficar. Outros também acreditam que foi um enviado pelo governo para abrir estradas, ou  ainda atraído ao Fogo pelas erupções de 1847, 1852 e de 1857. Apesar de todas essas especulações, Armand Montrond nunca falou ou quis falar das razões da sua partida da França e a escolha do Fogo como seu destino.

Passou o resto da sua vida no Fogo onde foi um homem muito respeitado, conhecido e reconhecido pelas autoridades. Os seus conhecimentos da medicina e ervanária valeram a população. Fez o alinhamento e mandou construir sob a sua despesa o maior troco de estrada de Volta- Volta, facilitando a ligação S. Filipe a Mosteiros. Adquiriu propriedades em diversos pontos da ilha, construiu casas não só no norte como também em S. Filipe, Luzia Nunes ( Genebra) e Bombardeiro. Fez plantio de uva e de café, tornando-se grande proprietário exportando café para Portugal nos anos de boa produção. Ensinou ao seu pessoal uma nova técnica de produzir vinho, produto caseiro para ele e para os amigos que o visitavam.

Foi igualmente boémio e mulherengo, deixando muitos filhos por todos os cantos da ilha, e descendentes espalhados pelo país e pelo estrangeiro.

Os seus conhecimentos de engenharia, de medicina e de agronomia aliados a sua fidalguia, a sua cultura e simplicidade de homem do campo e do povo, fizeram dele uma figura mítica, lendária, rodeada de mistérios e especulações. Deixou na memória colectiva, sobretudo no seio da população rural, a imagem de encantado, adivinho e magico, atributos a que fazia recurso sempre que necessário.

Conta-se por exemplo que certa vez para satisfazer o desejo de um amigo que queria viajar para Europa, transformou um guarda-sol que tinha a mão, num barco que pôs logo no mar a sua frente. Convidou-o a entrar no barco e seguir viagem. O amigo amedrontado não quis usufruir da possibilidade.

 

Além das localidades onde viveu, a população da Chã das caldeiras, onde está o grosso dos seus descendentes, constitui um testemunho evidente da sua presença no Fogo. Pois os seus filhos Manuel da Cruz e Miguel foram determinantes no processo de ocupação e povoamento da localidade. Levaram consigo as suas mulheres. Manuel leva Guilhermina das Campanhas e Miguel leva Melém sua sobrinha. Juntamente com outros serão os percursores da ocupação efectiva de chã das caldeiras.

 

Isto foi em parte a historia e a imagem que Armand MontRond deixou gravada na memória colectiva Foguense.

 

Armand MontRond como iluminado, sabia o dia e a hora em que ia morrer. No leito da morte perguntou: " que dia é hoje?" "Sábado, 13 de Junho, dia de Santo António." Foi a resposta. Armand MontRond ainda articulou: " um dia bonito para morrer."

Editado por Elias Montrond

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